17 fevereiro 2006

Pedroso(Gaia), 11 de Fevereiro

E eis que o Chorus Auris "emala as troixas" e segue viagem para (en)cantar por terras de Gaia (e como já não é verdade o adágio de "que vale mais uma rua do Porto c'a Gaia toda", viram só aquele Metro de superfície? e aquele passeio ribeirinho? muito bom...). Pois bem, respondendo ao convite do grupo Cantate et Psallite (Cantai e Salmodiai, toparam?), lá partimos para as bandas de Pedroso., onde chegámos por volta das 16.00h. O comité de recepção esteve a cargo da (viemos a saber mais tarde...) maestrina Estela Santos e do seu colega Eugénio, gente muito simpática e afável. Após umas breves e calorosas palavras de boas vindas, a maestrina deixou-nos nas "mãos" do seu colega (as dela seriam resguardadas para dirigir, de forma entusiasmante, o respectivo coro) que nos conduziu a uma visita às caves de vinho do Porto da família Croft, onde a Joana (olá Joana, se nos estiver a ver...) nos proporcionou uma lição magistral sobre todo o ciclo de produção e fabrico do néctar internacionalmente apreciado. Como consequência dessas explicações (que vergonha, somos portugueses e sabíamos, por mim falo, tão pouco sobre este produto nacional) muita gente decidiu esvaziar, o mais depressa possível, as garrafas que tinham lá por casa porque o vinho, ao que parece, tem uma vida bastante curta, quer antes, quer depois de ser aberto, isto se não contarmos com os vintage, pois esses são bem mais longevos. Finda a prova da "pinga" já eram horas de jantar e não havia tempo a perder, a hora da verdade aproximava-se. O jantar foi bastante agradável tendo o menu incluído, além das moelas e da friginada à entrada, um prato de carnes grelhadas com arroz e batata frita e, para sobremesa, um semi-frio bastante saboroso. O local escolhido deu ideia, para quem não conhece aquelas paragens, de ficar um pouco fora de mão e revelou-se um bico de obra para o motorista do autocarro, quer pela estreiteza das ruas, quer pelo facto de haver muitos carros estacionados em locais que dificultavam a circulação. Mas o motorista era mesmo do melhor e saiu-se a contento desta provação. A causa de tanta agitação foi o facto de, nesse mesmo restaurante, haver uma reunião de "dragões" que, aproveitando o jogo do Porto no Restelo, juntaram o útil ao agradável, isto é, decidiram cear enquanto assistiam à partida na televisão (e eram, posso garanti-lo, largas dezenas de pessoas).
E, quase sem darmos por isso, estava praticamente na hora do concerto. Tempo apenas para um breve aquecimento, trocar de roupa e... cordas vocais à obra. A abertura do concerto, comemorativo do 5º aniversário do coro anfitrião, coube às classes infantis que mostraram, em duas peças, que o futuro da música coral estará assegurado por aqueles lados. De seguida, actuou o Cantate et Psallite que brindou o público presente (em número assinalável, diga-se) com as peças:
Kyrie, da Missa Octavi Toni de Orlando di Lasso
Ave Maria de T.Luis de Victoria
Signore delle Cime de Giuseppe de Marzi
Rua do Capelão, arranjo de Marco Lourenço
O voso galo, comadre de M.Groba
The lion sleeps tonight, arranjo de Anne Raugh e Deke Sharon
Dando continuidade ao espectáculo actuou o Grupo Coral da Juventude de Sanguêdo que já eram "velhos" conhecidos e praticamente vizinhos dos anfitriões. Este coro teve a regência do maestro Jorge de Amim Fernandes e o alinhamento das peças foi o seguinte:
Casebres Doirados de Manuel Tino
A moleirinha de J. dos Santos
Va pensiero de G.Verdi
Canção dos Alpes de J. Bovet
A minha saia velhinha de Casimiro Silva
Montanhas de autor não identificado
Para o encerramento da festa ficou guardado o coro cá do burgo, como já se depreendeu. Regido pela maestrina Ângela Marques, o Chorus Auris apresentou o seguinte repertório:
Tebe Poem de D. Bortniansky
Queda do Império, arranjo de J. Salgueiro
Siha Hamba, Espiritual Sul-africano
Oh! Happy day, Espiritual Negro
Canção do camponês, de F.L. Graça
Hallelujah do "Messias" de Haendel
Após a habitual troca de lembranças ainda houve tempo para um convívio com mesas fartas, em especial no que à doçaria diz respeito. Estes momentos de convívio são sempre importantes porque permitem estreitar um pouco os laços de amizade entre os grupos e podem proporcionar o aparecimento de novos conhecimentos. Por isso, enquanto as direcções dos respectivos grupos trocavam impressões sobre questões de fundo, a secção de R.P. abria caminho no sentido de fazer novas amizades. Mas o tempo não perdoa e é preciso voltar à base. Após rápidas despedidas foi tempo de embarcar e, após breve soneca, chegar a casa, já o relógio assinalava as 3 da madrugada.

3 comentários :

Skywatcher disse...

ALELUIA! Finalmente mais um Post fresquíssimo, claro e objectivo, como é aliás apanágio, do meu caro amigo e colega RM.
Acrescento o pormenor de que, como já vem sendo habitual nestes encontros, e é já uma informação oficial, voltámos a ser o melhor Coro... de Ourém, claro ! ehehehe

RM9 disse...

Claro que omiti deliberadamente esse pormenor visto que é um dado mais do que adquirido. Somos sempre os melhores.

Anónimo disse...

sim, sim então e o "quase"?É que Há coros e coros!